Mito da Fundação da Nação Coreana - Mitologia Coreana
- Dramalize
- 28 de mai. de 2021
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Atualizado: 19 de jan.

Diferente de um território disputado por duas ideologias completamente distintas, a península coreana retém um passado histórico e majestoso de união e sabedoria.
Foi somente nos tempos modernos que ela se dividiu nos dois extremos que hoje conhecemos: um ao norte e o outro ao sul.
Precedidas, pois, por eras de fraternidade, a origem e as características marcantes de uma cultura adorada pelas rixas da atualidade permanecem ocupadas de significado.
Conheça o mito de fundação na mitologia coreana e os antecedentes de um país milenar.
A Mitologia Coreana: O Mito de Fundação e a Ascensão de Hwan-ung
Em um tempo onde homens e muralhas ainda não existiam, um enorme pedaço de terra se espalhava pelo continente asiático, disforme e sem limites.
Hwan-in, o Senhor dos Céus, o pai de toda a criação, que regia o universo em uma sublime onipotência, recebeu de seu filho Hwan-ung um pedido para que pudesse descer à terra e governar seu próprio reino.
O pai assentiu, e alçando voo sobre os desertos e barreiras, estepes e pradarias, montanhas, córregos, vaus e florestas temperadas, decidiu que seria em uma montanha ao norte o local onde seu filho ascenderia como o soberano, o líder de uma nação.
O local escolhido foi a Montanha Baekdu, onde, ao lado de três mil seguidores, em um pé de sândalo, Hwan-ung foi proclamado o senhor da Terra, fundando uma cidade sagrada sob a alcunha de Shinshi, com a regência e a ajuda dos espíritos da natureza: O vento, a chuva e as nuvens.
Sob seu comando, eles estabeleceram um código de trezentas e sessenta leis onde incluíam sentidos de moral, agricultura, artes, educação e diferenciação entre o bem e o mal.

A Lenda do Urso e do Tigre: Transformação e União na Mitologia Coreana
Diz a lenda que após longos anos de próspera governança sob a montanha, um urso e um tigre em oração colocaram-se aos pés de Hwan-ung, pedindo para que pudesse se tornar seres humanos.
O Príncipe Celeste, comovido com a decisão, decidiu ouvir suas súplicas dando a eles uma chance para que pudessem ser atendidos.
A cada um, foram dados vinte dentes de alho e um ramo de artemísia seguidos de uma instrução para que ficassem dentro de uma caverna durante cem dias, onde, após a ingestão, saíam de lá na forma humana.
O tigre, impaciente, não tardou a desistir, enquanto a ursa, fiel ao sonho que tevea, levou cerca de três semanas para se transformar em uma mulher.
Ela foi chamada de Ungyneo, e com gratidão, fez oferendas a Hwan-ung, em um altar de pedra não tão distante da cidade. Contudo, sentir-se sozinho não era algo que pudesse prevalecer.
Como não podia ter filhos, fez clamores ao príncipe, que tomou a forma humana e a gravou, dando origem ao filho de Hwan-ung, que nasceu e foi chamado de Dangun, fundador e primeiro potentado do Reinado na península.

Dangun e a Fundação do Império Joseon: A Influência da Mitologia Coreana na História
Dangun, que pode ser comparado a figuras como o Imperador Yao da mitologia chinesa, foi, segundo a lenda, um ser humano venerável, que além de muito sábio, acabou por estabelecer um Império predestinado que se estendeu desde as vastas regiões da Manchúria a outras províncias chinesas.
Este período foi apelidado de Joseon, cujo predomínio é às vezes referido como "Gojoseon" (o prefixo 'go' quer dizer algo como 'o antigo', 'o ancestral') e durou cerca de mil e quinhentos anos, com uma capital estabelecida em Asadal, atual Hwanghae na Coreia do Norte.
Diz-se que a ruptura de Joseon ocorreu após numerosos conflitos que antecederam a ascensão da dinastia Zhou na China, fazendo com que Dangun, o grande mestre, voltasse a Shinshi na montanha sagrada e se transformasse em um espírito imortal, um Sanshi, que até hoje vaga por lá.
A Mitologia Coreana e a Cultura do Reino de Diamante
O povo coreano sempre foi um dos mais cautelosos da Ásia, mantendo ao lado do Japão uma cultura de tradição fechada e isolada de outras regiões.
Etnograficamente, a imigração populacional ocorreu de maneira centrada no atual noroeste da China e de algumas regiões do nordeste da Ásia, o que, sendo garantido por historiadores, teria ocorrido há cerca de 500 mil anos com os humanos ainda primitivos.
Em vários países do continente, a península de Han ficou conhecida como "O Reino de Diamante", ou ainda, "O Reino Eremita", remetendo ao ascetismo e austeridade daquele povo.
Sabe-se que após o desvencilhar das fronteiras de Choson, diversos conflitos internos tiveram início, desencadeando uma guerra que, de proporção em proporção, poderia ser interrompida até os dias de hoje.

A Era dos Três Reinos: A Persistência da Mitologia Coreana nas Conquistas de Goryeo, Silla e Baekje
Posteriormente, o período das tribos seria chamado de "a época dos Três Reinos", onde, ao norte, dominavam os que preferiam ser recebidos herdeiros da dinastia de Dangun no maior de todos os reinos: Goryeo - nome que, por meio de corruptelas e latinizações, foi transmitida ao nome atual 'Coreia' - que vivia em eterno conflito com a China.
No sul, habitavam os aldeões e os guerreiros de Silla, que, após a queda de Choson, se transformaram na primeira e mais estruturada monarquia local.
O Legado da Mitologia Coreana na Identidade Nacional
Apesar do histórico concomitantemente belicoso e decidido, o povo da Coreia manteve um sentimento de união através das eras, que prevaleceu sobre as rixas da coroa.
Mesmo a guerra de 1953, que oficialmente nunca terminou, não foi capaz de desatar os laços culturais e contemporâneos de uma nação que por mais de milênios se manteve unida.
Hoje, nos encontramos em um cenário peculiar, onde, se não há paz, não há acordo. A Coreia, apesar de sua divisão, é uma nação única, com uma rica herança cultural e mitológica que perdura por gerações.
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