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"Política Maravilhosa" A História de Quatro Reis - PARTE 2 - Rei Gwanghae

  • Foto do escritor: Van Borh
    Van Borh
  • 7 de abr. de 2024
  • 6 min de leitura

Atualizado: 17 de fev.

Em nossa postagem anterior falamos sobre o rei Seonjo e seu reinado, no drama Política Maravilhosa ele é retratado apenas no primeiro episódio.


No segundo episódio, acontece a ascensão do príncipe herdeiro Gwanghae ao trono e o drama retrata sua trajetória da ascensão à queda.


Proponho conhecermos mais sobre esse rei e seu reinado, para entendermos a trama de Política Maravilhosa.


Política Maravilhosa, Rei Gwanghae
Gwanghae representado em diversos dramas

O Príncipe Herdeiro Gwanghae nasceu em 4 de junho de 1575, seu nome de nascimento era Yi Hon, ele foi o 15º rei da dinastia Yi de Joseon e era o segundo filho do rei Seonjo e de sua consorte (concubina) Lady Kim Gong-Bin.


Quando o Japão invadiu a Coreia para atacar o Império Ming, ele foi empossado como príncipe herdeiro e o rei Seonjo fugiu para o norte, para a fronteira com Ming, ele criou uma corte secundária e travou batalhas defensivas.


Durante e após a Guerra dos Sete Anos (1592–1598), ele atuou como governante de fato de Joseon, comandando batalhas e cuidando da reconstrução da nação após as guerras devastadoras, no lugar do velho e fraco rei Seonjo (isso é comentado nos primeiros episódios do drama).


Embora isso lhe trouxesse prestígio, sua posição ainda era instável.


Ele tinha um irmão mais velho, mas incompetente, Príncipe Imhae e um irmão mais novo, mas legítimo (filho do rei e de sua rainha), Grande Príncipe Yeongchang (que também são retratados no drama), que era apoiado pela facção dos Pequenos Nortistas*.


Felizmente para Gwanghae, a morte abrupta do rei Seonjo impossibilitou para seu filho favorito, Yeongchang, suceder ao trono.


*Saiba mais sobre as facções políticas de Joseon neste vídeo. clique AQUI para assistir.


Ascensão ao trono como Rei Gwanghae


Antes da morte, o rei Seonjo nomeou o príncipe Gwanghae como seu sucessor oficial ao trono e ordenou que seus conselheiros fizessem um documento real.


A escolha dividiu a facção do Norte (Sarim), que detinha a maioria da influência da corte, em duas partes, com os Pequenos Nortistas (Sobuk) apoiando Yeongchang e os Grandes Nortistas (Daebuk).


No entanto, Lyu Young-gyong da facção dos Pequenos Nortistas escondeu o documento e conspirou para instalar o Grande Príncipe Yeongchang como rei (no drama ele é chamado como Magnífico Príncipe), mas foi descoberto pelo chefe da facção do Grande Norte, Jeong In-hong, que foi executado imediatamente.


Após o incidente, o Rei Gwanghae tentou trazer funcionários de diversas origens políticas e regionais para sua corte, mas seu plano foi interrompido por membros da facção do Grande Norte, incluindo Yi I-cheom e Jeong In-hong.


Então, os grandes nortistas começaram a retirar membros de outras facções políticas do governo, especialmente os Pequenos Nortistas (Sobuk).


Em 1613, os Grandes Nortistas moveram-se contra o Grande Príncipe Yeongchang; seu avô Kim Je-nam foi considerado culpado de traição e executado, enquanto Yeongchang foi enviado para o exílio, onde também foi executado um ano depois, com apenas 9 anos.


Ao mesmo tempo, os Grandes Nortistas suprimiram os Pequenos Nortistas; em 1618, a mãe de Yeongchang, a rainha Inmok, foi destituída de seu título e presa. Gwanghae não tinha poder para impedir isso, embora fosse oficialmente o chefe do governo.


No drama Política Maravilhosa, a intriga quanto à sucessão do trono por Gwanghae se dá por uma profecia fictícia chamada “Profecia da Estrela Púrpura” proferida por um profeta budista chamado Gyeokam, Nam Sa Go (Gyeokam é pseudônimo de Nam Sa Go, um profeta famoso do século XVI em Joseon).


A profecia dizia, basicamente que, “aquele que domina o fogo é o verdadeiro dono do mundo”.


Não é nossa intenção dar spoilers, mas nosso foco aqui é aprender história através dos dramas, então você, leitor, encontrará muitas informações que poderá encaixar nos personagens que está assistindo no drama.


Veja a íntegra da profecia (o que estiver entre colchetes é observação nossa!):


Política Maravilhosa, Rei Gwanghae
Gwanghae e a princesa Chong Myeong

Profecia da Estrela Púrpura: “A estrela do imperador perderá o seu brilho e haverá escuridão.


Embora a única pessoa que o cobiçava [o brilho da estrela do rei] é quem viajou e percorreu o caminho do sol. O preço será pago com a vida de um inocente [Yeongchang] em meio às falsas profecias por inúmeras pessoas.


Ele clamará que a pessoa errada é o dono do trono [Gwanghae]. Então, morte após morte, haverá uma quantidade infinita de sangue derramado.


No entanto, uma vez que tudo desmoronará e se tornará um raio de luz, há apenas uma pessoa que é a dona do destino. Nesta terra, quem comanda o fogo, apenas o sangue puro será o verdadeiro dono do mundo.”


Essa profecia também dizia que o nome do verdadeiro rei é  (Yeon) e estava atrelada ao “Olho do Avalokitesvara”, pulseira encontrada no pulso do cadáver de Gyeokam (encontrado no primeiro episódio) e igual a da princesa Chong Myeong.


No caso da princesa Chong Myeong, a rainha Inmok deu a ela para proteção. Na próxima postagem dessa série falaremos exclusivamente sobre a princesa Chong Myeong, não perca!


Conquistas do Rei Gwanghae


Voltemos ao foco da postagem de hoje, o Rei Gwanghae, e vamos conhecer algumas das realizações de seu reinado. Ele implementou políticas decisivas para recuperar os danos causados pela guerra.


Em 1608, Seonhyecheong (Escritório de Promoção da Harmonia) para implementar o Daedongbeop (Lei de Grande Igualdade) na província de Gyeonggi, e em 1611, o Yangjeon (Sistema de Avaliação de Terras) foi implementado para expandir terras cultiváveis e garantir recursos financeiros (tudo isso é retratado no drama).


O Palácio Changdeokgung, que foi inaugurado no final do reinado do rei Seonjo, foi concluído no primeiro ano, o Palácio Gyeongdeokgung foi reconstruído em 1619, e o Palácio Ingyeonggun foi reconstruído em 1621.


Nessa época, o povo Jurchen expandiu seu poder na Manchúria e estabeleceu a nação Jin Posterior em 1616. Como contramedida contra a força do Jin Posterior, canhões foram lançados e a defesa nacional foi fortalecida com a nomeação de Park Yeop como Ministro de Paz.


A pedido de reforços de Ming, Kang Hong-rip foi nomeado. Eles deram mais de 10.000 homens e se uniram a Ming.


No entanto, após serem derrotados na Batalha de Fusha, ele forçou o Jin Posterior a se render, demonstrando sua habilidade na diplomacia de duas faces entre a Dinastia Ming e Jin Posterior.


Em 1609, assinou o Songsa (Tratado de Envio de Emissários) com o Japão e retomou as relações diplomáticas interrompidas após a Invasão Imjin, enviando Oh Yun-gyeom e outros como emissários ao Japão em 1617.


Também se esforçou para reimprimir livros perdidos durante a guerra. Republicou obras como Sinjeung Dongguk Yeoji Seungnam (Novo Comentário da História da Coreia) Yongbi Eocheon Ga e Dongguk sinsok samganghaengsil (Continuação da Nova História dos Três Reinos do Leste).


Além disso, compilou obras como Gukjobogam (do Governo Joseon) e Anais do Rei Seonjo e estabeleceu um escritório histórico na Fortaleza de Jeoksangsanseong.


Ele também foi o responsável pela reintrodução do sistema de identificação de hopae após um longo período de desuso.


Neste período, obras como “Conto de Hong Gildong” de Heo Gyun e “Dongui Bogam” de Heo Jun também foram publicadas. Produtos estrangeiros, como tabaco, foram amplamente distribuídos após serem introduzidos por Ryukyu em 1616.


Destronamento, exílio e morte


Depois que Gwanghae e o General Kang conseguiram evitar que a Coreia se envolvesse fortemente no conflito entre os Manchus e os Mings em 1619, Gwanghae decidiu fazer uma mudança na política externa para uma de não alinhamento, um movimento que irritou a facção ocidental, liderada por Lorde Yun Ban.


Lorde Yun era casado com uma das filhas do rei Seonjo, e os ocidentais (Soin) ficaram chateados com a violência que os Grandes Nortistas cometeram contra a rainha Inmok e seu filho, e sentiram que deveriam tomar medidas retaliatórias.


Em 1623, os ocidentais atacaram e queimaram o Palácio Changdok e capturaram o rei Gwanghae.


O golpe terminou rapidamente e os ocidentais expulsaram os Grandes Nortistas do poder. Gwanghae foi confinado primeiro na Ilha Ganghwa e depois na Ilha Jeju, onde morreu em 1641.


Ele não tem um mausoléu real como os outros governantes Joseon. Os restos mortais dele e de Lady Ryu foram enterrados em um local comparativamente humilde em Namyangju, na província de Gyeonggi.


A facção ocidental instalou príncipe Neungyang, filho do príncipe Jeongwon, um dos meio-irmãos de Gwanghae, como rei Injo, o 16º rei de Joseon e adotou políticas pró-Ming e anti-Manchu (Jin Posterior, futuro Qing), o que levou a duas invasões Manchu. (Essas invasões manchu são retratadas no drama My Dearest - Meu Grande Amor)


Política Marailhosa, Rei Gwanghae


Como Gwanghae é lembrado


Desde seus dias como príncipe até sua deposição, ele conduziu os assuntos do Estado com sinceridade e decisão, mas foi obscurecido pela cortina da facção do Grande Norte (Daebuk) que o cercava.


Além disso, sua abordagem na nomeação de talentos foi marcadamente partidária, provocando resistência e retaliação das facções opostas.


Mais tarde, ele foi definido como um líder militar traidor, que traiu Ming por meio de estratégias e justificativas, o que serviu para justificar a Revolta Injo, mas na realidade, deve-se ver que ele foi sacrificado no redemoinho das lutas partidárias.


Portanto, sua personalidade é diferente da de Yeonsangun, que foi sacrificado em uma revolta semelhante.


Nós, do Dramalize, acreditamos que a representação do rei Gwanghae no drama Política Maravilhosa é a mais justa e honesta de todos os dramas em que ele foi retratado.


Você pode assistir ao drama Política Maravilhosa no streaming por assinatura Viki.


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